quarta-feira, 28 de outubro de 2009

OS ASTROS DO EXPEDIENTE

“Nunca me perguntes o assunto de um poema. Um poema sempre fala de outras coisas”, diz Mário Quintana em seu livro Da preguiça como método de trabalho. E são exatamente essas outras coisas,, minúcias que transcendem o cotidiano, que especialistas em carreira recomendam a profissionais interessados em tornar o ambiente de trabalho mais agradável e, consequentemente, mais produtivo. “A formação cultural é suplemento da formação técnica. Ela será a responsável pela compreensão diferenciada da realidade, o que é muito valorizado nas empresas.”
Conhecer outras realidades, sentir culturas diferentes e fugir da visão do dia a dia ajudam o profissional a aumentar o seu rendimento e a livrar-se do esgotamento de idéias, comum no mundo empresarial.
O consumo de cultura e arte geralmente é feito em seus momentos de lazer, por isso, mesmo que a cultura seja importante na carreira, as escolhas pessoais por entretenimento não podem ser baseadas somente no pensamento da empresa, mas sim nas preferências pessoais. Até porque dificilmente alguém absorve o que não gosta no seu tempo vago.
A ideia é simples: um cartão magnético com R$ 50,00 para trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos gastarem mensalmente em teatros, cinemas, museus, na compra de livros. Uma espécie de vale-alimentação-cultural. O sinal verde para os profissionais devorarem cultura pode ser dado pelos parlamentares. No último dia 14, o projeto de lei foi aprovado no plenário da Câmara dos Deputados. Ainda precisa do aval do Senado.
“A cultura de um indivíduo representa um diferencial competitivo, no sentido de criar trabalhadores mais comprometidos com a sua empresa. A cultura trabalha em uma dimensão subjetiva que fortalece o senso crítico e estético das pessoas. Inquietações do indivíduo que o qualifica para a sua vida profissional.”
O texto da lei que foi aprovado na Câmara contempla ainda os servidores públicos, estagiários e há uma proposta para a inclusão dos aposentados. Trabalhadores que recebem mais de cinco salários mínimos também poderão receber o vale, mas não em caráter obrigatório.

Fonte: Aguer, Marcelo: editor. Caderno Trabalho e Formação Profissional do Jornal Correio Brasiliense – Matéria de Capa, Domingo: 25 de outubro de 2009. Brasília, 2009.

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